top of page
Yago Quiñones Triana

Clandestino - Jorge Villamil

Programa Clandestino 157 – Jorge Villamil

 

Nota 1

Chega agora mais uma edição do Programa Clandestino, música sem documentos, aqui como sempre, na Rádio Eixo. Informamos que nosso Programa Clandestino, no ano de 2024, é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, FAC-DF.

E começamos escutando no nosso Programa Clandestino a importantíssima música Espumas do compositor colombiano Jorge Villamil. E será a esse compositor de música da região andina da Colômbia, da região central, da região sul da Colômbia, que vamos dedicar este nosso Programa Clandestino. Dedicado principalmente ao grande compositor Jorge Villamil, também conhecido como o compositor nas Américas, mas também dedicado a alguns dos ritmos tradicionais da região andina, principalmente do centro e sul da região andina da Colômbia. Jorge Villamil compõe diversas peças musicais. Lhe foram creditadas quase duzentas composições em vários ritmos diferentes, mostrando que a Colômbia é oficialmente reconhecida como um país com dois mil ritmos musicais.

Se diz que a Colômbia possui mil e vinte e cinco ritmos musicais agrupados em cento e cinco e sete gêneros musicais, tanto é assim que logo faremos um Programa dedicado aos ritmos musicais da Colômbia. Aí você vê que Jorge Villamil compôs diversas músicas em vários ritmos diferentes das regiões da Colômbia. Ele compôs, entre outros, balsas, sanjuaneros, rajaleñas, bambucos, pasillos, boleros, guabinas, pasajes, entre outros. Ele também compôs também algumas cumbias e alguns outros ritmos menos tradicionais, menos nativos da região andina.

E vamos começar ouvindo aquela música “Espumas”, que dizem, segundo algumas biografias de Jorge Villamil, dizem que foi essa a música que o projetou internacionalmente. Isso porque um grande cantor mexicano, Javier Solís, quando visitou a Colômbia, ouviu essa música. Diz-se que essa música foi cantada para ele no aeroporto. Ele gostou imediatamente daquela música, perguntou quem era o compositor e foi-lhe dado o nome de Jorge Villamil. Ele imediatamente gravou a música e ficou então conhecida. Fora da Colômbia as suas composições foram gravadas por diversos artistas de países latino-americanos, mas essa música é extremamente conhecida e geralmente considerada a primeira, o que lhe deu reconhecimento internacional por ter sido gravado por uma estrela internacional da época como Javier Solís.

Comecemos então, ouvindo no nosso primeiro grupo algumas músicas conhecidas de Jorge Villamil, que nasceu em 1929 e nos deixou em 2010, e que se caracterizou, entre outras coisas, não apenas pela capacidade omo compositor, mas também pelo seu olhar poético, pela descrição da sua terra, pela descrição das paisagens e, sobretudo, como tradutor em música das línguas camponesas, das poéticas camponesas, das maneiras camponesas de falar e sentir. Começaremos agora ouvindo algumas músicas românticas de Jorge Villamil, como a música “Llamarada”, que tem uma versão aqui no Brasil. E passaremos a ouvir algumas músicas que descrevem a paisagem, que descrevem a vida e a poesia das regiões da Colômbia e da sua região lá no sul da Colômbia, a região do Huila. Aí, devemos agradecer ao nosso colega Lucas Vargas pela realização deste Programa, ele nos deu grande parte do repertório e das histórias associadas à música e obra de Jorge Villamil. Então, é o nosso Programa Clandestino dedicado à música Colombiana, dedicado aos ritmos andinos, na genialidade do grande Jorge Villamil.

 

Nota 2

E continuamos nosso Programa Clandestino, falando um pouco sobre a música colombiana e mais especificamente sobre um grande compositor colombiano, obviamente, o Jorge Villamil. Jorge Villamil, que é, entre aspas, apenas um compositor, pois não cantava, não interpretava as suas músicas. Por isso pode-se notar que temos escutado vários intérpretes da sua música.  Ele que se formou como médico, formou-se em medicina, profissão que sempre exerceu ou quase sempre ao longo de sua vida. Mas, preferindo sempre a composição e o canto da sua terra e das suas tradições. As suas composições foram cantadas por vários artistas, mas basicamente pelos duetos Garzón e Collazos, Silva y Villalba e Los Tolimenses, que era uma dupla humorística, uma dupla que fazia piadas, que contava histórias humorísticas, sempre usando aquela linguagem, entre aspas, errada usada pelos camponeses do sul da Colômbia, às vezes usando um jeito de falar que, em teoria, estaria errado, usando uma forma errada do espanhol. Na verdade, é a forma tradicional de falar e se expressar das pessoas mais populares, dois trabalhadores de campo, que sempre têm aquele humor inteligente e amigável que muitas vezes não se ouve nas grandes cidades.

Então o Jorge Villamil foi caracterizado como um grande compositor, e não tanto como intérprete de sua música. Escreveu diversas composições interpretadas por outros músicos de diversos gêneros musicais. Ele é mais conhecido por seus bambucos, às vezes pelas rajaleñas, pasillos, boleros, guabinas, pasajes e sanjuaneros. E ficou conhecido pela originalidade das suas composições, mas também pelo prazer que teve em dedicar música a regiões e cidades do seu país. Geralmente, cidades e paisagens de pequenos povoados próximos à região onde nasceu. Mas também compôs músicas para outras regiões e para outras cidades da Colômbia. Comecemos por ouvir algumas músicas dedicadas especificamente a localidades colombianas. Escutaremos a música “Llano Grande”, que é uma música dedicada à cidade de Campo Alegre, onde ele nasceu. “Adios al Huila”, que é justamente um bambuco, e é dedicada àquela região onde ele nasceu, à região do Huila. “Mirando para el Valle del Cauca”, que é uma região, a do Valle del Cauca, vizinha da região de Huila. E também ouviremos a música “Ibague Tradicional”, que é a capital da região de Tolima, e a música “Popayán”, que é dedicada, como diz o título, à cidade de Popayán, na região de Cauca, sempre no sul da Colômbia. Continuando com a música Quindío, pois esse Quindío é outra região, aquela zona cafeeira da Colômbia, até hoje com uma música muito conhecida. E “Si pasas por San Gil”, que San Gil seria ou é uma cidade pequena, da região de Santander, nos Andes colombianos. É o Programa Clandestino, tocando algumas músicas do grande compositor colombiano Jorge Villamil.

 

Nota 3

O grande compositor colombiano Jorge Villamil, a quem dedicamos este Programa Clandestino, formou-se em medicina, como já falamos, profissão que exerce durante uma parte importante de sua vida e para isso se transfere para a cidade de Bogotá, onde fará seus estudos. Depois viajará para o México para fazer uma especialização. País onde ele é relativamente conhecido, tem amizades muito importantes por lá com grandes personalidades da música e cultura mexicana e latino-americana. Dizem que ele era muito amigo de Cantiflas, Mario Moreno Cantiflas, mas também de Los Panchos, Armando Manzanero, Tony Aguilar, até o próprio Vicente Fernandes. No México compôs algumas de suas músicas mais importantes.

O Jorge Villamil que, além de ser um importante compositor, também trabalhou, dedicou toda a sua vida a lutar pelos compositores e a trabalhar pelos compositores e a música colombiana. Dizem que ele foi um dos dois promotores do “Festival Nacional de Bambuco”, que acontece todos até agora, e trabalhou no que seria a organização, o sindicato, digamos, dos compositores da Colômbia, a organização encarregada de defender seus direitos, conhecida na Colômbia pelo nome de Sayco.

Continuemos ouvindo algumas músicas do grande Jorge Villamil. E vamos iniciar este bloco ouvindo uma música que fala especificamente da vida rural, da vida das gentes do campo e daquelas figuras e daqueles elementos da cultura rural que ele sempre cantou e aos quais sempre prestou homenagem. Vamos começar ouvindo a música “La Hamaca”, que seria a rede, a rede tradicional, também muito utilizada aqui no Brasil. Ele fará praticamente um poema, uma homenagem, uma ode a esta tecnologia tão importante, muito conhecida e muito funcional, sobretudo nas regiões mais quentes. Vamos continuar ouvindo um pouco de música que vai fazer uma homenagem ao que são as festas, as festas populares e as tradições muito importantes na região andina da Colômbia.

Ouviremos a música “Cuando suenas las tamboras”, que não é especificamente de Jorge Villamil, mas de José Miller Trujillo. E continuaremos ouvindo a música “El Contrabandista”, que também não é a música de Jorge Villamil, mas a música de Cantalicio Rojas, mas que traz um pouco da forma de composição, da poesia da qual estamos falando. E continuaremos escutando a música “Campesina Santandereana” que seria a camponesa daquela região de Santander, é uma homenagem a essa figura feminina da camponesa, e continuaremos escutando a música de María Antonia, músicas dedicadas a aquelas figuras conhecidas, aquelas figuras tradicionais da vida rural, da vida do campo às quais o Jorge Villamil sempre prestou homenagem, é o Programa Clandestino aqui, como sempre, na Rádio Eixo.

 

Nota 4

E estamos iniciando nosso quarto e último bloco do Programa Clandestino dedicado à música da região andina colombiana, especialmente ao grande compositor Jorge Villamil, que não cantou só a vida rural, não cantou só as paisagens, não cantou só à linguagem popular, não cantou apenas algumas cidades e vilas colombianas, mas também têm várias músicas importantes que vão falar sobre conflitos sociais, que também falarão um pouco sobre a questão da violência, a questão do conflito armado, praticamente a guerra civil que foi vivida na Colômbia naqueles anos, justamente naquela região do sul da Colômbia onde ele nasceu.

Começando pela música, “El retorno do José Dolores”, onde que vai falar justamente sobre a violência e o que acontece com as pessoas, elas têm que sair da sua casa por causa da violência. Continuaremos com a música “Ayer me echaron del Pueblo”, que vai falar justamente da mesma poética, do mesmo tema do que acontece com as pessoas, forçadas por ameaças a abandonar a própria terra. Continuaremos com a música “La Mortaja” que é uma reflexão sobre a morte e os bens materiais. Continuaremos com a música “El Detenido”, que é autobiográfica, seria o detido, que seria o próprio compositor Jorge Villamil, porque é uma história que realmente aconteceu quando ele intercedeu para libertar um sequestrado, um engenheiro estrangeiro sequestrado pela guerrilha da Colômbia. E continuaremos escutando outra história verdadeira que “El Embajador” que é a verdadeira história que aconteceu na Colômbia do embaixador da Índia, a história de uma pessoa que foi inesperadamente e involuntariamente confundida com um embaixador da Índia e que deu origem a várias histórias criadas vários mal-entendidos, várias situações engraçadas que resultaram mesmo em um filme.

Continuaremos com música “La Estampida”, que é uma história de fake news e conta a história de dois bebados que chegam em uma cidade e começam a falar que uma tromba de água vai chega, que rompeu um reservatório, e uma tromba vai chegar e destruir a cidade, e que é também uma história verídica. E fecharemos nosso Programa com o “Canaguaro” e com a música “El Barcino” já que essas duas músicas estão relacionadas. O canaguaro é um grande felino da região sul da Colômbia e essa música, é uma homenagem ao canaguaro a esse lindo animal. E a outra é uma referência ao barcino, que é uma forma de nomear, uma forma de indicar um tipo, uma tonalidade de pele de touro, e que também conta a história real de um touro que pertenceu à família Villamil e que foi levado pela figura histórica de Tirofijo, que foi um importante líder da guerrilha colombiana e que era conhecido por Jorge Villamil. Vamos escutar então algumas histórias reais cantadas na música de Villamil, algumas anedotas mais divertidas e da vida real, para demonstrar que Jorge Villamil canta mesmo para a realidade, canta para a realidade da zona rural. Cantou para a realidade, para personagens conhecidos, pessoas importantes da cultura popular da Colômbia. É como sempre, o Programa Clandestino aqui em Rádio Eixo.

3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page