top of page
Yago Quiñones Triana

Clandestino comemora o Dia da Consciência Negra 2024

Programa Clandestino 155 – Consciência Negra - Batata

 

Nota 1

Começa neste momento mais um Programa Clandestino, como sempre, aqui na Radio Eixo, música sem algoritmos. E lembrando que o nosso Programa Clandestino, nesse ano de 2024, é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, FAC-DF.

E neste ano, como em anos anteriores, o nosso Programa Clandestino vai ser dedicado ao dia, na verdade, ao mês da consciência negra que é comemorado aqui no Brasil. E dessa vez vamos dedicar o nosso Programa à memória, ao legado, ao trabalho do grandíssimo “tamborero” de San Basílio de Palenque, no norte da Colômbia, o Quilombo de San Basílio de Palenque, primeiro território livre das Américas, Paulino Salgado, chamado Batata. Batata terceiro, na verdad, já que ele é o terceiro de uma dinastia de “tamboreros”, como é chamado aquele que toca tambor naquela região e que foi considerado o maior tamborero de Palenque. E para isso, dado que a produção discográfica dele é gigantesca, ele participou de diversas parcerias, gravou muitos discos, vamos ouvir um disco dedicado só à figura dele, que é o disco da Rádio Bakongo de uma gravadora importante, uma gravadora afro, a Palenque Records também da Colômbia.

Esse disco Rádio Bakongo, de Batata y su Rumba Palenquera, nome do seu grupo musical, foi gravado entre a cidade de Bogotá e na França e traz mais ou menos um compilado de gravações e composições do Batata, com vários ritmos, vários gêneros diferentes, mas todos associados com a cultura palenquera, com a cultura afro dos quilombolas do norte da Colômbia, do qual o Batata foi um importantíssimo representante. Esse belíssimo disco, o Rádio Bakongo, traz uma característica que tem se perdido nos últimos anos nas gravadoras, que é trazer exatamente qual é o gênero, qual é o ritmo musical de cada música. Hoje em dia, com a pasteurização da música, os gêneros ficam cada vez menores, cada vez são menos os gêneros, e se perdeu esse hábito. Nesse disco não, nesse disco vemos que tem vários gêneros e eles são indicados de forma singular. A gente começou escutando a música Arriba Voy, Arriba Vengo, que especificamente é um som palenqueiro, como as próximas músicas que a gente vai escutar desse disco, Rádio Bakongo, como o Fuego, as Cruzes de Palenque, que são som palenqueiros, mas também tem outras músicas nesse disco, como Clavo Martillo, que está especificado a ser um porro de champeta, um ritmo particular. E fecharemos esse nosso primeiro bloco, escutando a música Ataulé, que é outro ritmo musical conhecido ou definido por Batata como Afrobeat colombiano.

Começamos então escutando um pouco da produção discográfica do Batata, especificamente esse disco Rádio Bakongo, disco de 2003, compilado da obra artística desse grandíssimo tamborero colombiano, esse grandíssimo tamborero palenquero, quilombola do norte da Colômbia, de San Basilio de Palenque, aqui na Rádio Eixo, comemorando o dia e o mês da Consciência Negra.

 

Nota 2

E continuamos nosso Programa Clandestino, dedicadaoao Mês da Consciência Negra, ao Dia da Consciência Negra, dedicado a celebrar um pouco a obra do grande tamborero de San Basílio de Palenque, o primeiro quilombo das Américas, o primeiro território livre de das Américas, lá no norte da Colômbia, Batata terceiro, Paulino Salgado, conhecido como Batata.

E vamos continuar no nosso segundo bloco, ouvindo um pouco mais daquele álbum lindo de 2003, Radio Bakongo, da Palenque Records. E continuamos um pouco ouvindo algumas de suas músicas, ressaltando que ele compõe várias das músicas que aparecem naquele álbum e que traz uma compilação de ritmos diferentes, ritmos sempre com raízes africanas. Vamos continuar ouvindo algumas músicas definidas como som palenquero, mas também outras, como La Reinas de los Jardines, definida como um Souk Tropical e que abrirá nosso segundo bloco. E ouviremos a bela música Macaco mata el toro, que é definida como Porro Highlife.

Batata, Paulino Salgado, que já nos deixou, nos deixou em 2004, nasceu no início do século passado, em San Basilio de Palenque. Teve vários empregos, vários ofícios, várias formas de ganhar a vida, trabalhando no campo, também outras atividades manuais, mas rapidamente conseguiu se dedicar exclusivamente à música, e foi reconhecido como um dos maiores, o maior tamborero de San Basílio de Palenque. E começou a rodar o mundo, gravando, entre outros, com a Totó la Momposina, fazendo muitas outras colaborações.

Ele tinha um conhecimento praticamente infinito. Circulava nessa época, talvez ainda não esteja digitalizado, não se encontra na internet, mas circulava há muito tempo, uma fita muito longa, um vídeo muito longo, uma masterclass, talvez se diria hoje, na qual o Batata executava centenas de ritmos africanos no seu tambor, ele tocava um tambor alegre, que seria, mantendo as diferenças, um atabaque. Então, no tambor alegre, ele tocava centenas de ritmos africanos, tinha um conhecimento muito extenso, e suas habilidades, seus talentos eram praticamente incomparáveis. Ele tinha um grande número de alunos, um grande número de pessoas que queriam aprender, tocar como ele, imitá-lo, mas realmente isso era impossível, dada a sua facilidade, dado o seu diferencial, o seu swing, o seu talento, digamos entre aspas, natural, e que muitos atribuíram a uma herança que veio de antes e que era impossível realmente aprender na vida, era uma herança, era uma ancestralidade que ele já tinha antes de nascer.

E continuaremos ouvindo neste segundo bloco, a segunda parte daquele lindo álbum, Radio Bakongo. Uma soma, um grande resumo da sua obra e da sua vida, com vários ritmos palenqueros, vários ritmos do norte da Colômbia e sonoridades que realmente trazem um pouco do que sentem os africanos colombianos ao comemorar o dia da consciência negra, o mês de consciência negra aqui, como sempre, na Rádio Eixo, no Programa Calndestino, música sem documentos.

 

Nota 3

E continuamos nosso Programa Clandestino dedicado a mais de um dia de Consciência Negra em 2024. Depois de prestar uma merecida homenagem a Paulino Salgado conhecido como Batata em seu álbum Rádio Bakongo de 2003, continuaremos ouvindo algumas produções discográficas da importantíssima gravadora Palenque Records, que ou nome já demonstra que o seu principal objetivo é gravar e distribuir artistas e música afro-colombiana. Sem a qual talvez não teria sido possível ouvir o próprio Batata. Palenque Records, fundada no ano de 1996 e liderada por Lucas Silva, conhecido como o DJ Champeta Man, se dedica a gravar, distribuir e dar visibilidade a artistas afro-colombianos muito importantes. Entre os artistas do seu importante catálogo, além do próprio Batata, aparecem outros artistas fundamentais, como Sexteto Tabalá, a quem já dedicamos um Programa Clandestino. Também Colombiafrica Mystic Orquestra, que também apareceu em nosso Programa Clandestino. O importante, Alfonso Córdoba, el Brujo, e o Son Palenque, que ouviremos nesta segunda parte do Programa, dedicada a homenagear a Palenque Records.

Vamos começar essa segunda parte ouvindo um pouco então da produção da Palenque Records, ouvindo, começando pelo Sexteto Os filhos de Bencos, de San Basilio de Palenque. Sexteto é aquele ritmo tradicional vindo de Cuba, ao qual já dedicamos um Programa ouvindo especificamente o Sexteto Tabalá, que talvez seja o grupo paradigmático desse ritmo musical. Dessa vez ouviremos a o Sexteto Os Filhos de Bencos, que é claramente uma referência à Bencos, que seria, fazendo uma pequena comparação, seria o Zumbis dos Palmares de San Basílio de Palenque, que foi um líder dessa revolta, dessa libertação dos negros, dos africanos escravizados. Que fundaram sua própria cidade, San Basilio de Palenque, o quilombo de San Basilio de Palenque, o primeiro território livre das Américas, que ainda hoje mantém sua cultura e tradições.

Continuaremos ouvindo a música do Ita colé, do grupo Son Palenque, que faz justamente esses tipos de ritmos, de son palenquero. E continuaremos com a música Lumbalu palenqueiro, do grupo Oriki Tabala. Lumbalu, que é um ritual, que é uma festa e que é uma comemoração que é feita aos mortos, a quem vai morar no bairro de cima. É um ritual fúnebre que se toca com tambores especiais e se chama lumbalu e faz parte da cultura e inmaterial de San Basilio de Palenque, da população afro de San Basilio de Palenque. E continuaremos ouvindo. Grande Alfonso Córdoba el Brujo, com a música La Pataleta, Alfonso Córdoba que já pertence a outra tradição negra colombiana, pertence mais à tradição do Pacífico colombiano, com música La Pataleta.

E para demonstrar que a Palenque Records não é só música, não é só música tradicional, música ancestral, vamos ouvir o DJ Ratapiano com a Danza de Rata piano. O ritmo musical com que ele trabalha é a Champeta, ao qual também já dedicamos um Programa Clandestino, que é um ritmo com fortes raízes africanas, mais com ferramentas, com sons contemporâneos, sons modernos. E continuando no ritmo de Champeta, ouviremos um grande guitarrista Abelardo Carbono, considerado o pai da Champeta, com a música Cahmpeta Arabe, que é uma brincadeira de ritmos afro, ritmo de Champeta junto com sons que parecem um pouco com música árabe, música do Oriente Médio. E vamos fechar esse bloco ouvindo o jovem grupo De Mar y Rio, também de música do Pacífico colombiano, música afro-colombiana do Pacífico, com a música de Bailen y Gocen e fecharemos com o grupo Pambelé com a música Te entundo. Pambelé que no próprio título do grupo, no nome do grupo Pambelé, evidentemente é homenageiam ao Kid Pambelé, um grande boxeador também nascido na cidade de San Basilio de Palenque que foi campeão mundial, o imbatível, o invencível Kid Pambelé. É o nosso Programa Clandestino dedicado ao mês, ao Dia da Consciência Negra em 2024, aqui, como sempre, na Rádio Eixo.

 

Nota 4

E vamos fechando o nosso Programa anual de Clandestino dedicado à Consciência Negra, à comemoração da consciência negra aqui no Brasil. E vamos fechar então, escutando mais algumas gravações da Palenque Records, que grava, distribui, visibiliza artistas afro-colombianos, mas também distribui outros artistas africanos. A Palenque Records tem realizado gravações, tem realizado discos em parceria com artistas africanos, e por isso vamos fechar o nosso Programa, escutando uma seleção de dois artistas africanos, que também são distribuídos pela importante gravadora Palenque Records, a qual, aliás, aconselhamos visitar as redes sociais, o site, para ver o importantíssimo catálogo que eles têm, catálogo em digital, mas também e muito importante em vinil.

Vamos encerrar nosso Programa Clandestino ouvindo músicas de grupos africanos como Oriental Brothers International Band e fechando com Owee Osabede e His High Life Songmaker, para mostrar que a Palenque Records não é apenas uma gravadora, distribuidora de música afro-colombiana, mas também vai às raízes, vai lá na África, onde tudo começou, para distribuir e visibilizar outros artistas africanos aqui no nosso continente. Deixamos assim a nossa comemoração, a nossa homenagem aos artistas afro-colombianos, à gravadora Palenque Records e ao seu importantíssimo trabalho de gravação, distribuição, visibilidade e valorização da cultura afro-colombiana, da cultura afro no nosso continente. É o nosso Programa Clandestino dedicado ao mês da consciência negra, ao dia da consciência negra, na sua versão de 2024. É o Programa Clandestino Música sem Documentos, aqui como sempre na Rádio Eixo.

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page